terça-feira, 6 de abril de 2021

MINHA HISTÓRIA

Aos 6 anos meu maior desejo era crescer, me tornar uma mulher madura e com responsabilidade.
Aos 6 anos ainda não conhecia a maldade do mundo, não imaginava que a dor e a tristeza eram reais como no filme da Cinderela.
Aos meus 6 anos de idade indealizava um mundo colorido que no fim todos eram felizes para sempre, como nos contos de fadas.
Aos meus 6 anos não sabia como era a sensação de perder alguém que eu amava , não sabia como era chorar por um amor específico, não sabia como era perder amigos ou algo do tipo.
Aos 7 anos eu sentir a tão cruel dor de perder um ente querido, ver aquele que determinei chamar de tio, passar desse mundo para o infinito céu azul, acabou com minhas espectativas de um mundo colorido e cheio de amor, mas eu continuei a sonhar.
Aos 10 anos vi amigos indo embora da minha vida sem ao menos ter uma explicação.
Aos 11 anos eu já entendia como o mundo era realmente, havia muita dor, muita tristeza, e perdas mal explicadas, mas mesmo assim continuava a acreditar que nesse mundo insano existia pessoas do bem e que poderiam tornar nossas vidas felizes.
Aos 12 anos a criança já tava se tornando uma garotinha, deixou as Barbies de lado e deu oportunidade para os livros.
Aos 13 anos a garotinha idealizou uma teoria de vida, tudo tirada dos livros.
Ainda nos 13 anos a garota começou a expressar seus sentimentos confusos com um papel e uma caneta.
Aos 14 anos, a adolescente já sabia o que queria da vida, sabia que a escrita seria seu modo de levar seus sonhos adiante.
Aos 15 anos, a garota continuou a ter decepções, chorava escondida debaixo das cobertas, pois a saudade batia todos os dias.
Aos 16 anos, a garota já sabia que o mundo não era aquele faz de contas da Cinderela, o príncipe encantado não existia, a fada madrinha não era real, mas nessa história de faz de conta tinha sua realidade, o fato era que à meia noite, tudo voltava a ser como antes, a tal princesa voltava à sua realidade e deixava de sonhar.
Aos 17 anos já tinha sonhos planejados e uma estrutura de vida concreta, já tinha seu destino certo, então era hora de começar a correr atrás deles. E assim foi, ela saiu pelo mundo disposta a encontrá-los e por muitas vezes, levou porta na cara, mas tudo bem, ela era forte e não desistia.
No meio dos seus 17 anos, muitos sonhos já tinham se tornado realidade.
No fim dos seus 17 anos, seus sentimentos e teorias de vida estavam prestes a estar nas mãos de outras pessoas que chegaram no meio da sua história da sua vida, pessoas que ela nem conhecia.
Aos seus 18 anos, ela olhou lá para traz, quando tinha apenas 6, lembram-se? Ela viu sua vida passar como um filme em sua cabeça, como uma "Canção infantil", ela viu lágrimas roladas ao chão, pessoas despedaçando o teu coração, indivíduos julgando o seu coração, indivíduos saindo da tua vida sem nenhuma explicação. Ela viu suas noites perdidas de sono por causa de pensamentos acelerados, viu suas noites a quais ela chorava baixinho para ninguém ouvir. Ela relembrou daquele dia lá, quando um indivíduo escroto olhou para ela e disse: "Você nunca vai ser nada na vida desse jeito. Como quer conquistar seus sonhos assim?". Nesse dia, ela chorou na janela do ônibus, chorou como nunca havia chorado antes.
Aos 18 anos, ela definitivamente era uma mulher constituida, mesmo com a pouca idade ela era madura o suficiente para tomar suas próprias decisões.
Aos 18 anos conseguiu conquistar alguns sonhos incríveis.
Aos 18 anos, ela carregava consigo mesma, grandes conflitos internos, tinha consigo mesma a tal SPA, famosa síndrome do pensamento acelerado, mesmo tendo dias em que ela não conseguia suportá-los, nos outros dias ela conduzia muito bem isso tudo.
Aos 18 anos, ela entendeu muita coisa e acreditava que para chegar no arco íris era necessário passar por essa tempestade toda.
Aos 18 anos, ela se orgulhava da mulher que estava se tornando.

O fato é que, quando crescemos vemos a realidade da vida. Reconhemos que estavamos em uma geração ferida, que já vinha com traumas e cicatrizes e eles não são culpados por serem assim. As circunstâncias da vida fizeram isso com eles, mas cabe a cada um de nós fazer com que essas feridas se cicatrizem e não deixá-las sangrar novamente. Nossa geração já esta vindo com traumas, transtornos psicológicos, conflitos intensos, já sabemos tudo que carregamos, não é necessário ninguém apontar ou julgar, pois nós reconhecemos que somos uma granada preste a explodir, a final, isso aqui não é conto de fadas , talvez seja mesmo uma canção infantil.

A menina se tornou mulher

-Sarah Angelin

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